Panorama Econômico: Juros em alta, inflação persistente e um olhar atento aos desdobramentos globais

Panorama Econômico: Juros em alta, inflação persistente e um olhar atento aos desdobramentos globais
Publicação: 5/13/2025

A última semana foi marcada por movimentos relevantes no cenário macroeconômico global e doméstico, reforçando a atenção redobrada de investidores e analistas sobre as perspectivas para a inflação, juros e crescimento.

Brasil: inflação ainda resistente e juros em patamar elevado

 

O IPCA de abril apresentou alta de 0,43%, acumulando 5,53% em 12 meses. Embora o índice tenha vindo em linha com o esperado e abaixo do registrado em março, o alívio foi pontual. Itens com forte peso sazonal, como passagens aéreas e alimentos, contribuíram para uma trégua temporária, mas os núcleos de inflação seguem pressionados.

 

Serviços continuam em trajetória de alta, impulsionados por uma demanda doméstica resiliente. Além disso, os bens industriais seguem pressionados por repasses cambiais, o que evidencia a dificuldade do Banco Central em conter a inflação de forma mais eficaz.

Como resposta, o Copom elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, uma medida agressiva que busca ancorar expectativas. No entanto, os efeitos da política monetária parecem limitados no curto prazo. Projeções apontam um IPCA acima de 5,5% para 2025 e risco altista para os 4,5% estimados para 2026 — sinal de que o trabalho do BC ainda está longe de terminar.

 

Estados Unidos: pausa estratégica e expectativas pelo Fed

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve optou por manter os juros na banda entre 4,25% e 4,50%, reforçando uma postura de cautela. O mercado interpreta a decisão como um sinal de que o ciclo de aperto monetário pode estar perto do fim — ou pelo menos de uma pausa prolongada.

O aguardado discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, nesta sexta-feira, pode trazer pistas adicionais sobre os próximos passos da autoridade monetária americana, especialmente diante dos sinais mistos da economia dos EUA.

 

China e EUA: trégua comercial no radar

Um ponto de alívio no front internacional veio com o anúncio de um acordo temporário entre Estados Unidos e China para reduzir tarifas bilaterais. Embora ainda incipiente, esse movimento pode amenizar pressões sobre cadeias globais e reduzir custos de produção, o que tende a ter efeitos desinflacionários em médio prazo.

 

Agenda da semana: COPOM, PIB europeu e Powell em foco

A semana será movimentada. No Brasil, a divulgação da Ata do Copom nesta terça-feira será fundamental para entender o racional por trás da alta recente da Selic e captar os sinais sobre os próximos passos da política monetária.

Na quinta-feira, a atenção se volta para o PIB da Zona do Euro, em meio a preocupações sobre o crescimento fraco e os riscos fiscais em algumas economias do bloco. E, como mencionado, na sexta-feira, o discurso de Powell deve ser acompanhado de perto por investidores ao redor do mundo.

 

Conclusão: cautela segue sendo a palavra-chave

O cenário continua desafiador. Inflação resistente, juros elevados e uma economia global ainda em busca de estabilidade tornam o momento especialmente delicado para decisões de investimento. Manter uma carteira diversificada, com foco em ativos defensivos e exposição moderada ao risco, segue sendo uma estratégia prudente.

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