A recente divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) revelou a criação de 137.103 novas vagas formais em janeiro, um número acima do esperado pelo mercado. Esse desempenho positivo do mercado de trabalho gerou impactos diretos na economia, influenciando a curva de juros futuros e as expectativas em torno da política monetária do Banco Central.
A geração de empregos acima do previsto sugere uma economia aquecida, o que pode impulsionar a inflação no curto prazo. Como reflexo, os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) registraram alta em toda a curva a termo, sinalizando que os investidores já precificam uma possível manutenção dos juros elevados ou até mesmo um ajuste na Selic para conter pressões inflacionárias.
O Ibovespa iniciou o dia em alta, impulsionado pelo otimismo do mercado. No entanto, ao longo do pregão, a tendência se inverteu devido às preocupações com juros mais altos, que impactam setores como varejo e construção civil. Além disso, o dólar registrou valorização frente ao real, refletindo a cautela dos investidores diante de uma possível política monetária mais rígida.
Com um mercado de trabalho aquecido e a inflação ainda resistente, o Banco Central pode adotar uma postura mais conservadora quanto à redução da taxa Selic. Caso os dados econômicos sigam apontando um crescimento forte, a autoridade monetária pode reavaliar o ritmo de cortes nos juros, buscando equilibrar estímulo econômico e controle inflacionário. As próximas reuniões do Copom serão decisivas para definir os rumos da taxa básica de juros e o impacto dessa política na economia e nos investimentos.