O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31% em fevereiro de 2025, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o maior índice para o mês desde 2003, quando a inflação foi de 1,57%. Com esse resultado, a inflação acumulada no ano chega a 1,47%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses atinge 5,06%, superando os 4,56% registrados no mesmo período anterior.
O aumento foi influenciado principalmente pelo reajuste da energia elétrica residencial, que subiu 16,80% após a redução observada em janeiro devido ao Bônus de Itaipu. Esse fator teve um impacto significativo no índice geral, representando 0,56 ponto percentual da alta do mês. O grupo de educação também contribuiu fortemente para a inflação de fevereiro, com os reajustes anuais das mensalidades escolares. Os maiores aumentos foram registrados no ensino fundamental (+7,51%), ensino médio (+7,27%) e pré-escola (+7,02%).
No setor de alimentação e bebidas, a alta foi de 0,70%, desacelerando em relação ao mês anterior (0,96%). No entanto, alguns produtos tiveram aumentos expressivos, como o ovo de galinha (+15,39%) e o café moído (+10,77%). O grupo de transportes também apresentou impacto relevante na inflação do mês, com os combustíveis registrando alta de 2,89%, puxados pelo aumento do óleo diesel (+4,35%), etanol (+3,62%) e gasolina (+2,78%).
O avanço da inflação volta a colocar o IPCA acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Esse já é o quinto mês consecutivo que o índice supera esse limite. O Banco Central projeta que a inflação permanecerá acima de 4,5% até meados do ano, o que pode exigir explicações formais caso o cenário persista por seis meses consecutivos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda mais baixa, também registrou alta de 1,48% em fevereiro, acumulando 1,48% no ano e 4,87% nos últimos 12 meses, acima dos 4,17% observados anteriormente. A coleta de preços utilizada para o cálculo do IPCA e do INPC considerou os valores registrados entre 30 de janeiro e 26 de fevereiro de 2025, comparados aos vigentes no período de 28 de dezembro de 2024 a 29 de janeiro de 2025.